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Por enquanto, mãe!

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 Passei uns 15 minutos embalando o Noah na cadeira de balanço que fica na minha sala de TV, cadeira essa, acreditem, que foi da minha bisavó. Os 15 minutos de embalo adormeceram o  pequeno, o que mais uma vez me rendeu a possibilidade de sentar e escrever algo sobre essa nova jornada de mãe. Antes, tenho que dizer que fico feliz por ter algo tão antigo assim adornando minha casa...fico pensando em quantas pessoas foram embaladas naquela cadeira, haja vista minha bisavó ter tido 10 filhos vivos, fora os que perdeu...fico pensando em como era possível dar conta de tantos filhos, eu que estou aqui perdida e morta de cansada apenas tendo 2. E há quem me pergunte quando tentarei a menina...devagar com o andor, minha gente! Dia desses jurei que só teria 1 e agora já querem 3?! Povo nunca tá satisfeito...aliás, estar NÃO satisfeito hoje em dia é o ordinário, dificil é alguém dizer que está pleno...são tantas as possibilidades de se ser e ter alguma coisa que a ansiedade é o novo mal do mundo. Digo isso porque há algumas semanas pintou a possibilidade de uma especialização, mas pra começar já em outubro em um horário que seria impossível manter a amamentação exclusiva; cheguei a me inscrever, porém, desisti. Pensei e repensei e não é o momento. Eu já havia me dado o resto do ano para me dedicar à maternidade, então, por que a pressa?! Especialização pode aparecer de novo. A infância dos meus meninos, só uma vez. E já que me é possível curtir esse momento, por que sabotar minha própria escolha? Não é muito fácil admitir que, por enquanto, ser mãe é a minha profissão. Eu que tanto me preparei pra ser profissional de respeito, ainda me deparo com a cara de espanto de alguns quando descobrem que do Direito, só tenho o diploma mesmo. Apesar de ser sócia de uma empresa, no momento, até ajudo a tomar decisões, mas tá impossível estar in loco. Acompanho, de longe, os movimentos, porque de perto são movimentos mais doces que me fazem terminar o dia cansada sonhando em poder dormir algumas horinhas antes da próxima jornada. Além dos doces movimentos do mais novo, acompanho de muito perto o crescimento do mais velho, que voraz por descobrir o mundo, faz também do meu pouco tempo que sobra o dele; e, mesmo não sendo fácil, sigo acreditando que só estando muito presente poderei ter orgulho de quem pus no mundo. Entendo, então, que não fechei as portas para mim. Mas vivendo, por enquanto, a vida dos meus filhos, as portas deles se tornaram as minhas, para que em algum tempo as minhas próprias possam ser abertas novamente. Realização pessoal difere de ser humano para ser humano, a minha por hora, é a maternidade, que entre momentos lindos e de prazer único, também rendem boas lágrimas de dor física e emocional. Pois como qualquer outro trabalho, tem seus maus momentos, com a diferença que não se pode tirar umas férias para recarregar as energias. Ainda assim, por escolha, deixei-me um tanto de lado para me doar um pouco a quem veio e quer ser cuidado. Quando eu tinha apenas o Dan a vida já estava tranquila, os horários bem estabelecidos e eu conseguia me virar bem no papel de mãe, esposa, empresária e dona de casa. Estava tudo tão certinho que, a pedido do Dan, escolhi bagunçar um pouco a vida e como quem monta um quebra-cabeças, estou tentando separar as peças por cores para então montar um desenho. Por hora, estou nas cores maternas, mas meu coração já pulsa por novos desafios, os quais no momento oportuno saberei enfrentar!


2 comentários:

  1. Parabéns por sua coragem de se doar assim a seus filhos. Eu também abri mão da carreira pra me dedicar às meninas e não me arrependo disso. Claro que tenho momentos de angústia e de auto cobrança, mas eu não saberia fazer diferente. O momento da carreira vai chegar de novo, a gente se reinventa. Enquanto isso, vamos cuidando com muito amor desses seres humanos em formação, para que sejam seres humanos fantásticos e nos encham de orgulho.

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  2. Com certeza você saberá a hora certa de vivenciar esses novos desafios. Acredito que tudo tem seu tempo e tendemos a senti-lo quando chega.
    A decisão de dedicar mais tempo aos filhos ou dedicar-se à carreira não é fácil. É a razão e emoção palpitando o tempo todo rsrs. No entanto, também penso que a carreira podemos retomá-la no momento certo, mas a infância de nossos filhos, não.
    Se vc está feliz com seu momento, com suas prioridades....aproveite!
    Bjos,
    Larissa Andrade.

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